quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

The Stone Roses - Second Coming (1994)

Pra falar de stone roses tenho que primeiro falar de 3 coisas.
Manchester, genialidade e informação que se atropela com essa tal globalização.
O que faz de Manchester um pólo da musica popular? nos últimos 30 anos a cidade vem exportando artistas como joy division, new order,smiths, os stone roses, happy mondays, chemical brothers, oasis, james, starsailor, doves... artistas esses que gravaram seus nomes na historia da musica como divisores de águas por criarem e/ou popularizarem um estilo ou pelo simples fato de serem excepcionais no que fazem, e mesmo reproduzindo uma formula (o que considero recriar nesses casos) fizeram movimentos , discos, hits que serão ouvidos, executados anos a fio, darão filhos, filmes... 
Acontece que Manchester não tem ou não tinha tradição musical. Manchester é uma cidade industrial. meio fantasma eu diria.
A agua deles deve ser modificada ou a fumaça das fabricas alterou seus genes ou os sentidos se aprimoraram por estarem cansados da vida de operário? não teremos resposta sem dar atenção aos nomes que citei e ainda vou citar.
Começando com Ian Curtis, líder do joy division (que ja tinha sido "gatinhos durinhos" e warsaw).
Sujeito assombrado, sofria de epilepsia (que inspirou sua performance nos palcos e as danças da década de 80), violento, poeta, profeta de uma geração, visionário junto de sua banda (que teve os cuidados de Tony Wilson, produtor, empresário, apresentador de TV e peça chave da cena de Manchester e do produtor musical Martin Hannet, génio dentro e fora dos estúdios).
Banda essa que não se deteve apos a morte de Curtis como era de se esperar. mudaram para new order e pela factory (selo de Wilson e companhia) foram uma das bandas de maior sucesso da historia.
seguimos com Morrissey e os Smiths.
Apaixonado pela arte, poeta (poderia ser escritor), o que melhor reproduziu o pensamento Wildeano na musica, publicamente assumido gay, sem explorar essa imagem, um gentleman nos palcos e membro de uma das bandas mais carismáticas do mundo.
Chegamos nos Roses.
A banda começou no fim dos anos 80, e seu disco de estreia chamou muita atenção.
misturando dance com rock, lisergia em doses mínimas, um groove sutil pra rebater e letras anti-sistema que passam despercebidas os Roses ganharam status e expectativas quanto ao segundo disco, que veio 5 anos depois e não agradou... pra não dizer desagradou.
o porquê eu não sei, acredito que o mundo não entendeu o disco, as pessoas estavam ouvindo outras coisas...
a evolução da banda é gritante. destaque pras guitarras de Squire, que também é artista plástico e fez as artes dos 2 discos (http://www.johnsquire.com/) e Reni nas baquetas, como um dos músicos que mais aprendeu a tocar seu instrumento de um disco pra outro que eu ja ouvi. não esquecendo os vocais de Brown que inspiraram Liam Gallagher que estreava naquele mesmo ano, mas essa é outra historia.
os baixos de Mani, precisos e concisos como toda cozinha deve ser.
second coming é visionário, experimental, singular. a alquimia aqui é bem mais ousada, desde referencias de hard rock setentista a musica de cabaret, flertes com acid jazz e musica latina, experimentações com sons de floresta e animais, uma faixa estranhissima onde se ouve uma espécie de banjo desafinado, uivos, risos... ate uma introdução que parece trilha de western.
se com toda essa inovação o disco foi ignorado (a banda se separou logo depois, fato esse que amargo toda vez que ouço o disco) só posso repetir:
- o mundo não entendeu o disco.


Download

4 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  2. podexa que morrissey com certeza vai aparecer.

    ResponderExcluir
  3. Amei a menção a Joy Divsion, The Smiths e New Order. Pra mim o Morrissey é um poeta do nosso século. Eu estava pensando aqui enquanto lia o texto, essa galerinha do Joy e do Smiths, ambos foram de certo modo influenciados pelo Sex Pistols, não só eles mas a galera do The Clash também. =D Espero ansiosa por um texto sobre o Joy e um só do Morrissey (dele mesmo não do The Smiths).

    ResponderExcluir
  4. Bacanão o texto, Thiago. "o mundo não entendeu o disco". À época disseram que era a piada de mau gosto do Stone Roses. A piada é ver hoje gente enxergando o que não viu ( ou ouviu) na época. Mas é natural. É cada som do cacete nesse àlbum.

    Aerton Martins...

    ResponderExcluir