Isso meio que ficou na memória como se o rock estivesse indo (rolando) em alguma direção, evoluindo.
Esse “evoluindo” me causa desconforto quando penso nessa ultima década (de 2000 a 2010).
Desconforto que sinto, quando penso que o rock’n roll nasceu (e deveria continuar) como uma atitude. Uma vontade de subverter, um grito pela rebeldia contra os padronizadores. A juventude sempre foi taxada de transviada e com razão.
“Nossos” lideres não nos deram exemplos dignos de nossos espíritos. Nada mais apropriado que nossas reações.
(meu heróis morreram de overdose) canso de me convencer que esses clichês dizem mais verdades que ordem e progresso.
Quando Bob Dylan plugou as guitarras e começou a fazer rock’n roll, era chamado de traidor nos palcos. Marilyn Manson era ou é proibido de entrar em alguns países. Os Ramones tocaram 8 horas a mesma musica sob a mira do revolver de Phill Spector. Renato Russo sangrava os dedos quase sempre que tocava baixo... e por que? Era cool ser chamado de traidor? excentricidade sempre esteve na moda? tomar um tiro parece legal? sangrar no instrumento não me parece uma cena boa de recordar, de viver então...
Isso tudo se resume a uma palavra, atitude.
O rock’n roll vem na frente, os maneirismos ficam pra trás.
Musicalmente os primeiros 10 anos dos anos 2000 não satisfizeram quase nada. e olha que vivo dizendo que o grunge é um revival do rock dos anos 70.
Acontece que as formulas dos anos 80 (rock pras pistas) dominaram a forma de criação. Copiou-se mais do que se criou. O que não foi o caso do grunge.
Se você percebeu os ciclos de 20 anos não foi mera coincidência. Scandurra que o diga.
Sem falar nos artistas, é artistas. Quis usar o termo musico, mas com tantas aparições na mídia, maquiagem, cortes de cabelo, capas e mais capas de revistas, fora o uso de drogas (que não serviu pra produção nenhuma como em épocas passadas, bastou estar nos jornais no dia seguinte).
O rock’n roll foi feito por caras errados, sujos e indigestos. não por diletantes, polidos e domesticados.
adequar-se a um estilo, movimento ou padrões exigidos pelo que quer que seja sempre foi motivo de protesto pros musicos que priorizam a musica a rotulos.
Um amigo bom de frases me disse uma vez.
Um amigo bom de frases me disse uma vez.
- não quer correr riscos, não escuta rock’n roll. Isso tambem fixou na memória.
Uma super produção, mas só da embalagem, o conteúdo te deixa com mais fome.
Poucos músicos criaram nessa década, esses são alguns que tocam ate hoje no meu som, queens of Stone age, the good the bad and the Queen, denali, arcade fire,Duke spirit, mombojo, los hermanos... devo postar outros por aqui depois.
A imagem foi mais cuidada que a musica nesses últimos 10 anos. É um reflexo do mercado eu sei. mas por isso se deixa render quem quer. A imagem escraviza! Já dizia Antonio Abujamra.
Na década de 90 os músicos pareciam estivadores, moças revoltadas do campo, lenhadores, pessoas comuns. Os da década passada parecem estrelas de Hollywood.
A musica tem que vir em primeiro lugar pra merecer o titulo de musico. E pra ser chamado de rock’n roll então...
Um bom exemplo do que falei é essa apresentação do L7 na TV britânica. Sem frescuras e sem firulas.
veja o video e tire suas conclusões
L7 - pretend were dead (live the word 92)
L7 - pretend were dead (live the word 92)
só o verdadeiro rock'n roll.
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